Fim de linha

- É grave miga! Tô ouvindo “sertanojo”!
- Tem algo que se salve nessa playlist?
- Ah... Marília Mendonça?
- Menos mal...
- É fim da linha né?
- É só a fase dramática mana!
- Depois eu subo de fase?
- Sim, podemos nos encontrar na minha etapa "faca no dente".
- Nossa miga que tenso.
- Nada, é só uma paráfrase da música do Chico César: fogo nos facistas! Desta vez destinada “aozomi curva de rio”…
- Não sei pq tô começando a me interessar.
- É pq o que te adiantei é real: você chegará nessa fase "sangue nozoio". Vai por mim!
- Então a dor de amor tem várias etapas?
- Não é bem dor de amor. Foi tesão subaproveitado.
- Você é crua e cirúrgica!
- Na minha fase a gente quer jogar querosene “nozomi”, tacar fogo, atravessar a rua, assistir comendo pipoca e batendo palma.
- “Meodeus”! O que está ouvindo nessa fase?
- Minha fúria! Outro dia fui sincerona na terapeuta e ela faz cara de chocada. Gozado que contando as barbaridades “dozomi” ninguém espanta mais.
- Não deixa de ser verdade...
- Mana tá tudo bem você ouvir um estilo musical chinfrim se isso te ajudar a não procurá-lo. Pesa menos contigo na sua nesta fase tá bem?
- É que nunca tinha posto reparo como esses cantores e suas letras dão forma prum incômodo inflamável do pé na bunda né?
- Se no futuro você cair na conversa amarela de músico de novo, subtrai essa sua fase musicalmente discutível falando com ele e tá tudo certo!
- Ah músicos...
- Lembra que são feito sabonete íntimo: pouco recomendável enfiá-los na vagina.
- Ai miga você é terrível!
- Você é que ainda está relativizando as mesmas patacoadas dozomi há décadas. Repete comigo: :gasolina neles”!
-...
- Ah você está com a mesma cara da minha terapeuta... Mana quanto antes você desmamar desses bundoes, menos gasto na terapia!
- A gente sempre sonha que vai melhorar no próximo né?
- Eu já sei que tratam-se todos de embuste, traste, encosto, curva de rio, roubada master...
- Sem salvação?
- Comecei a me iludir e decepcionar com eles bem antes de você... Corre pras montanhas!
- Nossa mas não sei se chego nessa fase “faca no dente” que está.
- Alguns calote, traição com amiga, pulada de cerca contigo doente, DSTs compartilhadas involuntariamente, sumida no pico da paixão, comodismo e brochada depois farão você chegar à etapa “sangue nozoio".
- Então é previsível assim?
- Ah não ser que comece sair com a mulherada.
- Vai dizer que será mil maravilhas?
- Claro que não, mas as tretas são mais surpreendentes! Portanto algum aprendizado novo à vista…
- Não sei se dou conta miga... Por outro lado esse som é meio deprê raiz né?
- Vou fazer uma sugestão então: troca ele por uma Catuaba selvagem e borra um pouco sua percepção disso tudo.
- Será?
- Esse não é o pior fim de “amor de pica”, mas você está muito próxima do que aconteceu e fica tudo nevrálgico demais.
- Bom, vou arriscar.
- No fim da 1a garrafa você já dançará o forró de logo menos e assim corta essa tendência de “chorar na cama que é lugar quente”.
- Só não me deixa dar PT então.
- Devo impedir que você dance com os forrozeiros :de butuca”?
- Se forem bonitinhos não!
- Ai ai... Vou é te deixar dançar com a mulherada “rasta pé”.
- Viche... Supresas à vista!
- Ao fim do “amor de pica” falido!
- À bebedeira!
- Mais brinde!
- Às periguetes que você tem se enroscado por ai!
- À Claudia Raia que tinha razão no filme Os Nornais: toda mulher é bi, algumas aproveitam, outras não...
- Ao remelexo!
- Vem cá comigo você dança?
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